Com metodologia científica em construção, Soja de Baixo Carbono visa unir práticas agrícolas sustentáveis com aumento de produtividade

A produção agrícola brasileira está cada vez mais direcionada à busca por maior produtividade de forma sustentável, conciliando eficiência produtiva com o respeito ao meio ambiente. Nesse contexto, o país conta com legislações específicas para incentivar práticas que reduzem o uso de insumos e recursos naturais. Um exemplo desse avanço é a Agricultura de Baixo Carbono (ABC), um conjunto de estratégias voltadas para mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e promover um agronegócio mais sustentável. 

Rodrigo Tramontina, produtor em Bela Vista do Paraíso (PR), há mais de nove anos utiliza o sistema de plantio direto, um dos pilares da agricultura sustentável no Brasil. Essa prática inclui a cobertura do solo com matéria orgânica, o que aumenta a fertilidade e reduz a erosão. Recentemente, Tramontina intensificou a adoção de boas práticas agrícolas para ingressar no programa Soja Baixo Carbono, desenvolvido pela Embrapa, que tem como objetivo certificar produtores que adotam sistemas agrícolas mais sustentáveis.

“Essa metodologia é baseada em mensuração, relatórios e verificações científicas (MRV), com diretrizes técnicas ainda em definição. A expectativa é que a aplicação das melhores práticas identifique formas de reduzir as emissões em até 30%, enquanto aumenta a produtividade e reduz o uso de insumos,” explica Tramontina.

O programa, pioneiro em sua abordagem, é de adesão voluntária, mas exige que os participantes tenham propriedades regularizadas e que já adotem práticas sustentáveis. Tramontina destacou que integra ações de agricultura regenerativa, buscando maior equilíbrio entre o cultivo e o meio ambiente. Entre essas ações, está a preferência por insumos biológicos e orgânicos, que favorecem um sistema produtivo mais equilibrado.

“Na minha propriedade, utilizamos uma série de tecnologias biológicas e microbiológicas. Entre elas, estão a inoculação e coinoculação das sementes, que aumentam a fixação de nitrogênio no solo, reduzindo a necessidade de fertilizantes nitrogenados, um dos principais emissores de GEE. Também utilizamos microrganismos como trichodermas, pseudomonas, bacillus e cromobactérias, que auxiliam no equilíbrio do sistema produtivo,” explica Tramontina.

Com essas práticas, Tramontina relata uma redução de 40% no uso de defensivos agrícolas, o que não só reduz custos, mas também o impacto ambiental. Ele acredita que a certificação Soja de Baixo Carbono trará benefícios significativos para a cadeia produtiva, valorizando o grão no mercado e reconhecendo o compromisso da agricultura brasileira com a sustentabilidade.

“Esse modelo não apenas reduz o impacto ambiental, mas também aumenta a longevidade e a produtividade da propriedade. Ao documentar as práticas adotadas que respeitam a natureza, o bem estar social e a busca pela melhor utilização de recursos, todos saem ganhando. A evolução desse sistema é irreversível e representa o futuro da produção agrícola sustentável no Brasil”, argumenta.

Sustentabilidade que começa na semente

A sustentabilidade na agricultura tem se consolidado como uma prioridade essencial em toda a cadeia do agronegócio. A Golden Harvest direciona esforços para enfrentar esse desafio, investindo em pesquisa e desenvolvimento de cultivares de soja com maior tolerância a nematóides, insetos e doenças. A adoção de tecnologias como inteligência artificial e soluções digitais também integra sua estratégia, buscando otimizar o uso de recursos e aumentar a eficiência dos processos produtivos.

Nesse contexto, a escolha de cultivares desempenha um papel crucial para alcançar uma produtividade mais sustentável. Fatores como adaptação ao clima, resistência a pragas, tolerância a condições adversas e estabilidade produtiva são fundamentais. Além disso, plantas com arquitetura adequada, tolerância a herbicidas e alto potencial produtivo contribuem para um manejo mais eficiente e para a redução do uso de insumos agrícolas.

“A Golden possui através do grupo Syngenta, um forte investimento em pesquisa e desenvolvimento de cultivares de soja tolerantes a nematóides, insetos e doenças. Um exemplo são as cultivares que possuem resistência às principais raças de nematóides para o centro-cerrado brasileiro e cultivares com resistência a diversas raças de Phytophthora para a região sul. Sendo essas, duas problemáticas de grande importância para as suas respectivas regiões, o uso de cultivares resistentes permite ao produtor a utilização de produtos químicos em menor escala. De maneira geral, temos um forte compromisso com a sustentabilidade da cadeia produtiva”, explica Otávio Gorni, coordenador técnico regional da Golden Harvest.

Para apoiar os produtores na adoção de práticas agrícolas sustentáveis, a empresa disponibiliza uma equipe de especialistas e que promove sinergias com outras áreas do grupo como Seedcare, Syngenta Digital, Crop Protection e Syngenta Biologicals, facilitando o acesso a tecnologias e soluções inovadoras.

“A cultura da soja, quando associada a boas práticas agrícolas, desempenha um papel relevante na construção de uma agricultura mais eficiente e sustentável”, destaca Gorni.


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