Café deve continuar subindo

Segundo o Itaú BBA, os preços do café seguem em forte valorização desde o início de 2025, impulsionados por preocupações com a oferta global apertada, poucos negócios no mercado físico e intensa atuação dos fundos na ponta comprada. O contrato de março do café arábica em Nova York subiu 29,3%, atingindo USD 4,14/lp em 11 de fevereiro, puxando também o robusta, que teve alta de 8,0% no Vietnã e 12,6% em Londres.  

No Brasil, a valorização foi menor devido à apreciação cambial, com o dólar caindo de R$ 6,18 para R$ 5,77 no período. O café arábica no mercado físico chegou a R$ 2.740/saca, alta de 23%, enquanto o conilon subiu 13%, para R$ 2.070/saca. A arbitragem NY/Londres ficou em USD 3,1 mil/t na primeira semana de fevereiro, tornando o robusta ainda mais barato em relação ao arábica.  

A comercialização segue travada, com produtores retraídos diante da alta dos preços, seja por expectativa de novas valorizações ou falta de produto disponível. O mercado segue dominado pela atuação dos fundos. No campo, o clima favoreceu o enchimento dos grãos e o desenvolvimento vegetativo das lavouras, com chuvas próximas da média histórica. Além disso, as relações de troca para fertilizantes estão em níveis positivos, apesar da alta de 20% na ureia desde o início do ano.

“Embora sujeito a correções, o cenário de café indica que os preços poderão continuar subindo. Apesar dos bons números das exportações, ainda estamos há alguns meses do início da safra, com pouca disponibilidade de produto da safra 2024/25 e sinais de um consumo resiliente apesar dos preços subindo ao consumidor final”, conclui.

Chamar no Whatsapp