Paraná eleva previsão da 2ª safra de milho a recorde de 17 mi t; geada impacta trigo

A estimativa da segunda safra de milho do Paraná em 2024/25, com a colheita atingindo quase dois terços das áreas, foi revisada para um recorde de 17 milhões de toneladas nesta quinta-feira, apesar de intempéries como geadas que atingiram o norte do Estado, afetando também o trigo, apontou o Departamento de Economia Rural (Deral).

Em relação à previsão do mês passado, o órgão do governo do Estado, segundo produtor nacional de milho, aumentou a safra em cerca de 500 mil toneladas. Com isso, a produção do cereal no inverno crescerá 31% em relação à colheita do ano anterior.

As produtividades foram o destaque da temporada, superando 6 toneladas por hectare em média, com o clima favorável na maior parte das regiões, já que a área plantada cresceu 9% na comparação anual, para 2,77 milhões de hectares.

"Com o avanço dos trabalhos (de colheita), os dados revisados de produção... surpreenderam positivamente. Apesar dos impactos causados pela estiagem, geadas, ondas de calor e, em menor escala, por pragas como percevejos e cigarrinhas, observou-se que as áreas em boas condições apresentaram produtividade acima do esperado, compensando as perdas nas regiões mais afetadas", disse o especialista Edmar Gervásio, do Deral.

O volume previsto supera a estimativa inicial de 16,8 milhões de toneladas. "Já é possível afirmar, com certo grau de segurança, que esta é a maior safra da história tanto em volume quanto em área cultivada, mesmo com a perspectiva de que as lavouras remanescentes na região norte apresentem produtividade abaixo do previsto", completou Gervásio.

A safra de milho do Paraná, que só perde para o Mato Grosso em termos produtivos, ajudou a impulsionar a produção total do país, estimada no início do mês em recorde de 131,97 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

TRIGO SOFRE CORTE

O trigo do Paraná, também o segundo produtor nacional do cereal, atrás do Rio Grande do Sul, foi atingido por geadas recentes, o que gerou uma nova redução na expectativa de produção, agora vista em 2,6 milhões de toneladas.

O frio intenso, que afetou principalmente lavouras no norte, reduziu o potencial produtivo do Estado em cerca de 70 mil toneladas na comparação com a projeção de junho. A situação só não foi pior porque outras áreas estão em melhores condições, notou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.

"Ainda é bastante cedo para precisar os danos, só quando começar a colheita em meados de agosto, aí devemos ter clareza maior sobre os números", disse Godinho.

Esse cereal do Paraná já enfrentava um ano difícil em 2025, com produtores reduzindo a área plantada em 27% na comparação com a temporada passada, para 832,8 mil hectares, por desestímulo após intempéries em safras anteriores.

Mantida a previsão atual, a produção paranaense ainda cresceria 13% na comparação com 2024, quando o clima cortou uma safra que tinha uma área plantada acima de 1,13 milhão de hectares no Estado.

O número atual da safra de trigo é 3% inferior à expectativa, disse Godinho, com a região norte registrando os problemas maiores.

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