Soja: Hora de fixar preços?

A análise da TF Agroeconômica sobre o mercado de soja aponta um cenário de tendências mistas, com fatores positivos e negativos influenciando as cotações no curto e longo prazo. Apesar de elementos que podem sustentar altas momentâneas, a consultoria acredita que os altos estoques mundiais devem prevalecer como força dominante, pressionando os preços para baixo até maio, quando a colheita da safra brasileira ganhará força. Por isso, a recomendação é aproveitar os picos de valorização para fixar preços do grão ainda não comercializado, minimizando riscos em um ambiente de provável desvalorização no médio e longo prazos.

Entre os fatores de alta, destaca-se a recuperação dos preços do óleo de soja, impulsionada pelo aumento do valor do óleo de palma na Malásia, além da possível elevação da demanda americana por óleo de soja devido à retirada do incentivo fiscal da China para exportações de óleo de cozinha usado, medida prevista para dezembro. No Brasil, as condições climáticas chamam atenção, com previsões de tempo seco no Paraná e no sul do Mato Grosso do Sul, regiões que podem sofrer impactos no desenvolvimento da soja precoce. Em contrapartida, estados como Mato Grosso e Goiás devem receber chuvas intensas, o que beneficia as lavouras. Nos Estados Unidos, a redução da área atingida pela seca no Centro-Oeste também aparece como um dado favorável, embora os níveis ainda sejam superiores aos de 2023.

Por outro lado, os fatores de baixa têm peso significativo. A normalização do plantio no Brasil, que agora supera o ritmo de 2023 após o retorno das chuvas em outubro, contribui para aliviar pressões de alta. Além disso, os estoques finais mundiais permanecem elevados, com um aumento de 17,18% em relação ao ano passado e 30,42% comparado a dois anos atrás, um indicador que limita as perspectivas de valorização no mercado global. Esses estoques robustos, somados ao aumento da oferta previsto com a safra brasileira, podem agravar a pressão sobre os preços.

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