A soja fechou em baixa na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quinta-feira, pressionada por vendas para exportação muito abaixo das expectativas do mercado, segundo informações da TF Agroeconômica. O contrato de julho, referência para a safra brasileira, caiu -0,79% ou \$ -8,25 cents/bushel, encerrando o dia a \$ 1042,25. Já o contrato de agosto recuou -0,43% ou \$ -4,50 cents/bushel, fechando a \$ 1041,00. O farelo de soja para julho teve leve alta de 0,10% ou \$ 0,3 ton curta, cotado a \$ 294,5, enquanto o óleo de soja caiu -0,85% ou \$ -0,41/libra-peso, fechando a \$ 47,61.
A baixa refletiu um cenário de aumento da oferta global e dados fracos de exportação nos EUA. O USDA não trouxe mudanças relevantes para a soja americana, mas elevou a disponibilidade mundial do grão. Essa combinação reforçou o impacto negativo da guerra tarifária iniciada pelo governo Trump, que continua afetando as vendas externas dos EUA, principalmente sem a presença chinesa.
A Conab revisou para cima a safra brasileira em 1,28 milhão de toneladas, enquanto a Bolsa de Cereais de Buenos Aires aumentou a produção argentina em 300 mil toneladas, elevando a concorrência no mercado internacional. Além disso, o óleo de soja sofreu com a frustração do mercado em relação ao papel do biocombustível na lei "Big and Beautiful". No entanto, a tensão geopolítica, com o ataque de Israel ao Irã, fez o preço do barril de petróleo disparar, gerando uma reação de alta nos mercados noturnos de derivados da soja.
No campo das exportações, o relatório semanal do USDA para o período de 30 de maio a 5 de junho mostrou vendas de apenas 61.400 toneladas para 2024/2025, queda de 68% em relação à semana anterior e 74% abaixo da média das últimas quatro semanas. Houve ainda cancelamentos de 271,9 mil toneladas. Para o ciclo 2025/2026, as vendas foram de 58,1 mil toneladas, dentro do esperado, mas insuficientes para conter o viés baixista do mercado.