De acordo com relatório da TF Agroeconômica, o cenário para o mercado de trigo apresenta perspectivas positivas, tanto no cenário internacional quanto no nacional. Problemas climáticos enfrentados por grandes produtores como Rússia e Austrália, além da baixa produção brasileira, devem impactar a oferta global e aumentar a necessidade de importação pelo Brasil, mesmo durante a colheita local. Apesar disso, os gráficos atuais não indicam alta imediata, com preços estáveis no Paraná e cotações em Chicago dentro de um canal de tendência.
Para os produtores brasileiros, a recomendação é vender o trigo físico agora e reinvestir parte do valor em contratos futuros na Bolsa de Chicago, utilizando entre 8% e 12% do montante total. Essa estratégia permitiria participar de possíveis altas no mercado enquanto garante liquidez no presente.
Entre os fatores que podem impulsionar os preços, destaca-se o mau estado das colheitas russas, com 38% das culturas de inverno em condições ruins, segundo a consultoria ProZerno. Na Austrália, chuvas intensas reduziram a qualidade de até 5 milhões de toneladas de trigo, destinadas agora à forragem. Já na União Europeia, o desempenho das exportações permanece fraco, com uma redução de 31% no volume embarcado em relação ao mesmo período de 2023. No Brasil, a safra apertada no Rio Grande do Sul está elevando os preços locais, que subiram 2,78% em relação ao final do ano passado.
Por outro lado, fatores de baixa incluem o desempenho das exportações americanas, abaixo da média necessária para atingir as metas do USDA, e a pressão dos baixos preços do trigo argentino sobre o mercado paranaense. No Paraná, os preços médios caíram para R$ 1.396,58/t, abaixo da linha psicológica de R$ 1.400/t, apesar de ainda estarem 10,92% acima dos níveis de 2023. Essa combinação de forças reforça a complexidade do mercado, exigindo estratégias bem planejadas por parte dos agentes.