O mercado de trigo no Sul do Brasil segue com ritmo moderado e ajustes regionais nos preços. Segundo a TF Agroeconômica, o Rio Grande do Sul abriu uma nova tabela de precificação para exportação, refletindo diferenças de qualidade dos grãos e níveis de contaminação por DON. No porto de Rio Grande, o trigo tipo milling (até 2.000 PPM) é cotado a R$ 1.165,00 por tonelada, enquanto o feed com até 2.000 PPM vale R$ 1.115,00 e o feed com até 4.000 PPM, R$ 1.095,00, todos com pagamento previsto para 15 de dezembro. Em dólares, o preço do trigo milling brasileiro está em torno de US$ 225 FOB Rio Grande, valor superior ao argentino, cotado a US$ 216 FOB Up River.
No interior gaúcho, as cotações variam entre R$ 1.000,00 e R$ 1.050,00 FOB, enquanto os moinhos pagam de R$ 1.080,00 a R$ 1.150,00 CIF. O volume de negócios já soma cerca de 570 mil toneladas, sendo 90 mil destinadas ao consumo interno e 480 mil voltadas à exportação. Apesar do avanço, o ritmo segue lento e pontual, com destaque para as negociações diárias de pequenos lotes.
Em Santa Catarina, o mercado local ainda caminha devagar. As primeiras ofertas surgem com produtores pedindo até R$ 1.250,00 FOB, acima dos valores ofertados pelos moinhos, que estão entre R$ 1.130,00 e R$ 1.150,00 CIF. Já no Paraná, o foco é na qualidade do trigo recebido do Rio Grande do Sul, que tem apresentado altos níveis de DON e baixo índice W. Os preços pagos aos agricultores caíram 0,07% na semana, para R$ 64,10 por saca, ampliando o prejuízo médio para 14,06%. O trigo argentino, mais competitivo e com melhor qualidade, é hoje a principal alternativa para os moinhos paranaenses.
