O mercado de trigo no Rio Grande do Sul apresentou leve reação nos preços nesta semana, com negócios de trigo pão entre R\$ 1.350 e R\$ 1.380 FOB, acima dos R\$ 1.300/1.330 registrados na semana anterior. Segundo a TF Agroeconômica, essa valorização ocorre mesmo diante de grande disponibilidade de matéria-prima e moagem reduzida, o que tem mantido os preços sob controle. A expectativa é que os preços avancem um pouco até a colheita da nova safra, quando devem recuar novamente e só se recuperar a partir de fevereiro.
A demanda por farinha segue fraca, o que gera um círculo vicioso: com menos vendas, os estoques permanecem altos e limitam novas altas de preço. No Paraná, um moinho comprou trigo da nova safra gaúcha a R\$ 1.200 FOB, mais frete e ICMS. Já as exportações estão sendo negociadas a US\$ 230/tonelada no porto de Rio Grande, equivalente a cerca de R\$ 1.276 no porto ou R\$ 1.126 no interior.
Em Santa Catarina, o mercado está praticamente paralisado. Um único lote de trigo branqueador do RS foi negociado a R\$ 1.550 FOB. O excesso de oferta gaúcha mantém os preços entre R\$ 1.330 e R\$ 1.360 FOB. A nova safra ainda não tem referência de preço e há relatos de queda de 20% nas vendas de sementes. A CONAB estima recuo de 6,3% na produção estadual, mesmo com aumento de área plantada. Os preços pagos ao produtor se mantêm estáveis na maioria das regiões catarinenses.
No Paraná, a preocupação está voltada à qualidade do grão após as geadas. O mercado esteve travado, com o trigo nacional sendo ofertado a R\$ 1.450 CIF moinho, e o importado entre R\$ 1.500 e R\$ 1.520. Os preços da nova safra estão 18,4% acima dos valores da mesma época do ano passado, mas sem negócios registrados. Já os preços pagos aos agricultores caíram 0,36% na semana, com média de R\$ 77,14/saca e margem de lucro estimada em 4,91%.