Nas últimas duas décadas, a área plantada de milho no Brasil aumentou significativamente, passando de 12,8 milhões para 22,3 milhões de hectares, um crescimento de 74,6%, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse aumento reflete os avanços em melhoramento genético e novas tecnologias, elevando a produtividade e atraindo produtores pelo alto retorno financeiro do grão. O setor de biocombustíveis, no qual o milho representa 16% da produção nacional, tem sido um dos principais impulsionadores desse crescimento, contribuindo também para a estabilização dos preços do grão.
Robson Vasconcellos, consultor da TMG Tropical Melhoramento & Genética, destaca que o etanol de milho ajudou a criar um ambiente mais atrativo para os agricultores, gerando maior estabilidade de preços. Já José Flávio, gerente de pesquisa da TMG, enfatiza que a inovação no melhoramento genético tem permitido um crescimento contínuo na capacidade produtiva. O desenvolvimento de híbridos mais resistentes, com maior resiliência ao estresse biótico e abiótico, tem sido essencial, especialmente para regiões desafiadoras como o Cerrado.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a diferença de produtividade em relação aos Estados Unidos, onde o setor de milho é mais maduro. O clima tropical brasileiro, propenso à proliferação de pragas, exige esforços adicionais, como o uso de fungicidas e práticas de controle. Flávio reforça a importância do melhoramento genético contínuo e da inovação para garantir a competitividade do Brasil no mercado global.
